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Quem foi o brasileiro que fez a igreja perdoar Galileu Galilei

CANAL MOGIC

Carlos Chagas Filho presidia a Pontifícia Academia das Ciências quando Vaticano decidiu reabilitar reputação do astrônomo


Edison Veiga


BLED (ESLOVÊNIA) | DW

Quando o cientista brasileiro Carlos Chagas Filho (1910-2000) foi convidado pelo então papa Paulo 6° (1897-1978) para presidir a Pontifícia Academia de Ciências, logo decidiu priorizar a resolução de uma dívida histórica da milenar Igreja Católica com a ciência: o chamado Processo Galileu.

Eram tempos de Inquisição quando o astrônomo Galileu Galilei (1564-1642) concluiu que a Terra não estava no centro do Universo e girava em torno do Sol. Em 1615, a Igreja abriu um processo contra ele. Para escapar da fogueira, o cientista foi obrigado a se retratar e, mesmo assim, teve de passar o resto da vida em prisão domiciliar.


Retrato do astrônomo Galileu Galilei (1564-1642), feito por Justus Sustermans
Retrato do astrônomo Galileu Galilei (1564-1642), feito por Justus Sustermans

De tempos em tempos, o assunto vinha à tona, em geral com pesadas críticas do mundo científico ao abuso do Vaticano contra um dos maiores gênios da história. Na opinião de Chagas Filho, era hora de passar a história a limpo.

Em sua autobiografia "Um Aprendiz de Ciência", o brasileiro, assumidamente católico, lembra que o assunto era fonte de críticas "dos agnósticos à Igreja" e que não era justo que Galileu —ao contrário do físico Albert Einstein (1879-1955), que "nunca fora incomodado pela Igreja"— seguisse sofrendo "forte perseguição".

Durante os 16 anos em que presidiu a academia, de 1972 a 1988, Chagas Filho liderou esses estudos que fundamentaram o perdão ao astrônomo. Em 1992, o papa João Paulo 2° (1920-2005) oficialmente reabilitou Galileu Galilei, reconhecendo o erro da Igreja ao condená-lo.

Pesquisadora na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e curadora de uma exposição realizada há 15 anos sobre Chagas Filho, a historiadora Ana Luce Girão Soares de Lima lembra que, "além de ter orientado a revisão do processo de Galileu, resultando na reabilitação do astrônomo", o cientista brasileiro acumulou outros méritos no período em que presidiu a academia da Igreja Católica.

Soares de Lima é coautora do livro "Carlos Chagas Filho: Cientista Brasileiro, Profissão Esperança".


Chagas Filho


Sua ligação com o mundo científico vinha de berço. Seu pai, o médico sanitarista Carlos Chagas (1878-1934) foi quem descobriu a tripanossomíase americana, conhecida como doença de Chagas e, até hoje, é o único cientista do planeta a descrever completamente uma doença infecciosa: no caso, ele identificou o patógeno, o vetor, os hospedeiros, as manifestações clínicas e a epidemiologia da patologia em questão.




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